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Doenças Ocupacionais: o que são, exemplos e como preveni-las no ambiente de trabalho

Doenças ocupacionais surgem no trabalho por riscos específicos. Prevenção inclui ergonomia, programas de segurança, EPIs e conscientização contínua.
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As doenças ocupacionais são um desafio significativo no mundo do trabalho, impactando não apenas a saúde e a qualidade de vida dos colaboradores, mas também a produtividade e a sustentabilidade das organizações. Essas enfermidades estão diretamente relacionadas às atividades laborais ou às condições em que o trabalho é realizado, sendo caracterizadas pelo desenvolvimento de patologias físicas ou mentais decorrentes da exposição a riscos específicos no ambiente profissional. 

Entre os exemplos mais comuns estão as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), que afetam milhões de trabalhadores em todo o mundo. Além disso, doenças respiratórias, transtornos mentais como estresse e ansiedade, dermatites ocupacionais e perda auditiva induzida por ruído também se destacam como problemas frequentes. Essas condições podem ser desencadeadas por fatores como posturas inadequadas, exposição a agentes químicos, carga  excessiva de trabalho e falta de medidas preventivas eficazes. 

A prevenção dessas doenças é essencial e envolve a adoção de estratégias como a implementação de práticas ergonômicas, programas de Saúde e Segurança no Trabalho, e treinamentos que promovam a conscientização dos colaboradores. Além disso, é fundamental que as empresas cumpram as normas trabalhistas e assumam sua responsabilidade na proteção da saúde dos funcionários. 

Neste artigo, exploraremos o conceito de doenças ocupacionais, suas principais causas e exemplos, além de abordar medidas preventivas e os direitos trabalhistas associados, como benefícios previdenciários. 

O que são doenças ocupacionais? 

As doenças ocupacionais são condições de saúde que surgem ou se agravam em decorrência das atividades desempenhadas no ambiente de trabalho ou das condições às quais o trabalhador está exposto durante sua jornada laboral. Diferentemente dos acidentes de trabalho, que ocorrem de forma súbita e inesperada, as doenças ocupacionais desenvolvem-se de maneira gradual, muitas vezes ao longo de meses ou anos, devido à exposição contínua a fatores de risco específicos.  

Essas doenças podem ser classificadas em dois grupos principais: as doenças profissionais, que estão diretamente relacionadas a uma atividade ou setor específico, como a silicose em trabalhadores da mineração, e as doenças do trabalho, que são desencadeadas pelas condições do ambiente laboral, como a perda auditiva causada pela exposição prolongada a ruídos intensos. Ambas são reconhecidas pela legislação brasileira e garantem ao trabalhador direitos como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e estabilidade no emprego após o afastamento.  

Compreender o que são doenças ocupacionais é o primeiro passo para combatê-las. A identificação precoce dos riscos e a implementação de medidas preventivas são essenciais para proteger a saúde dos colaboradores e garantir um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.

Quais são as principais causas das doenças ocupacionais?

As doenças ocupacionais são resultantes da interação entre o trabalhador e os diversos fatores presentes no ambiente de trabalho. Suas causas podem ser multifatoriais, envolvendo aspectos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais. Cada um desses elementos, quando não controlado adequadamente, pode contribuir para o desenvolvimento de condições que prejudicam a saúde do colaborador.   

Abordaremos no próximo tópico cada uma dessas causas e seus exemplos mais comuns. 

Quais são os exemplos mais comuns de doenças ocupacionais?

As doenças ocupacionais representam um desafio significativo para empresas e trabalhadores, impactando a qualidade de vida, a produtividade e os custos com saúde. Essas enfermidades surgem em decorrência das condições e do ambiente de trabalho, sendo cruciais a prevenção e a promoção de um ambiente seguro e saudável. Confira os exemplos mais comuns:

Lesões por esforços repetitivos (LER/DORT)

As LER/DORT englobam uma série de lesões que afetam músculos, tendões, ligamentos e nervos. São causadas pela execução repetitiva de movimentos, postura inadequada, esforços excessivos e falta de pausas regulares durante a jornada de trabalho. Profissões que exigem digitação constante, montagem de peças e atividades manuais são as mais afetadas. Os sintomas incluem dores, formigamentos e perda de força, podendo evoluir para quadros crônicos se não tratados adequadamente.

Doenças respiratórias relacionadas ao trabalho

A inalação de poeiras, vapores químicos e agentes biológicos em ambientes laborais pode causar sérios problemas respiratórios. Entre as principais doenças estão:

  • Asma ocupacional: Desencadeada pela exposição a substâncias sensibilizantes, como poeiras, produtos químicos e alérgenos no ambiente de trabalho. É comum em profissionais da limpeza, da saúde e da construção civil.
  • Silicose: Doença pulmonar causada pela inalação prolongada de partículas de sílica, afetando trabalhadores de mineração, construção civil e indústrias cerâmicas. A silicose é irreversível e pode levar à incapacidade respiratória.
  • Pneumoconiose: Decorrente da inalação de poeiras minerais, como carvão e amianto. Afeta principalmente mineiros e trabalhadores da indústria pesada, provocando fibrose pulmonar e comprometimento da função respiratória.

Transtornos mentais e psicológicos relacionados ao trabalho

A pressão constante e um  ambiente hostil podem comprometer a saúde mental dos colaboradores:

  • Síndrome de Burnout: Caracteriza-se por exaustão física e emocional, perda de interesse pelo trabalho e sensação de incapacidade. Profissões com alta carga emocional, como professores e profissionais da saúde, são mais vulneráveis.
  • Depressão e ansiedade: Um ambiente de trabalho tóxico, o assédio moral e a falta de reconhecimento são fatores que contribuem para o desenvolvimento desses transtornos, impactando diretamente a produtividade e a qualidade de vida do trabalhador.

Doenças da pele ocupacionais

O contato direto e constante com agentes químicos, poeiras e produtos biológicos pode causar:

  • Dermatites de contato e alergias: Essas condições são comuns em trabalhadores que lidam com produtos de limpeza, cosméticos, solventes e outras substâncias irritantes. Os sintomas incluem vermelhidão, coceira, descamação e até feridas na pele.

Problemas auditivos relacionados ao trabalho

Ambientes com altos níveis de ruído, como indústrias, construção civil e aeroportos, representam riscos para a audição:

  • Perda auditiva induzida por ruído (PAIR): A exposição contínua a sons intensos sem proteção adequada pode levar à perda auditiva irreversível, comprometendo a comunicação e a qualidade de vida do trabalhador.

Como prevenir doenças ocupacionais no ambiente de trabalho? 

Ergonomia no ambiente de trabalho 

A ergonomia visa adaptar o ambiente e as tarefas às capacidades físicas e cognitivas dos trabalhadores, prevenindo lesões e promovendo o bem-estar. Para implementar práticas ergonômicas:

  • Análise ergonômica do Trabalho (AET): Avaliar postos de trabalho para identificar riscos e propor melhorias. 
  • Adequação do mobiliário e equipamentos: Utilizar cadeiras ajustáveis, mesas na altura correta e ferramentas que minimizem esforços.
  • Pausas regulares: Incentivar intervalos durante atividades repetitivas para evitar fadiga muscular. 
  • Ginástica laboral: Promover exercícios de alongamento e relaxamento durante a jornada.

Programas de Saúde e Segurança no Trabalho   

Programas estruturados são essenciais para identificar, avaliar e controlar riscos ocupacionais. Componentes-chave incluem: 

  • Mapeamento de riscos: Identificar perigos no ambiente de trabalho e implementar medidas de controle.
  • Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): Fornecer e garantir o uso adequado de EPIs, como capacetes, luvas e protetores auriculares.
  • Manutenção preventiva: Assegura que máquinas e equipamentos estejam em condições seguras de operação.
  • Conformidade legal: Seguir as Normas Regulamentadoras (NRs) estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 

Treinamento e conscientização dos colaboradores

A educação contínua dos funcionários é vital para a prevenção de doenças ocupacionais. As ações recomendadas são:

  • Treinamentos periódicos: Capacitar os trabalhadores sobre práticas seguras e uso correto dos EPIs.
  • Campanhas de conscientização: Realizar palestras e workshops sobre Saúde Ocupacional e prevenção de acidentes. 
  • Cultura de segurança: Incentivar a comunicação aberta sobre riscos e a participação ativa na promoção de um ambiente seguro. 

Monitoramento e Avaliação Contínua 

Para garantir a eficácia das medidas preventivas, é essencial monitorar constantemente o ambiente de trabalho e avaliar os resultados das ações implementadas: 

  • Auditorias internas e externas: Realizar inspeções regulares para identificar riscos e corrigir falhas. 
  • Análise de indicadores de saúde e segurança: Monitorar dados como número de acidentes, afastamentos médicos e uso de EPIs.
  • Ajustes e melhorias contínuas: Revisar procedimentos sempre que necessário, adaptando-se a novas normas ou necessidades da equipe. 

Quais são os direitos trabalhistas relacionados às doenças ocupacionais?

As doenças ocupacionais garantem aos trabalhadores brasileiros uma série de direitos assegurados por lei. Esses direitos visam proteger a saúde do empregado e oferecer suporte financeiro e jurídico em casos de enfermidades relacionadas ao trabalho. A seguir, detalham-se os principais direitos: 

Benefícios previdenciários e auxílios 

Quando diagnosticado com uma doença ocupacional, o trabalhador tem acesso a diversos benefícios previdenciários, administrados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): 

  • Auxílio-doença acidentário: Concedido ao trabalhador incapacitado temporiariamente para o trabalho por mais de 15 dias devido a doença ocupacional. Durante os primeiros 15 dias, a empresa é responsável pelo pagamento do salário; a partir do 16º dia, o INSS assume o pagamento do benefício. 
  • Aposentadoria por invalidez acidentária: Se a doença resultar em incapacidade permanente para o trabalho, o trabalhador pode requerer a aposentadoria por invalidez. Esse benefício é concedido quando a reabilitação profissional não é viável, impossibilitando o retorno ao trabalho. 
  • Auxílio-acidente: Quando a doença ocupacional provoca redução permanente de capacidade laboral, mas não impede totalmente o exercício da atividade, o trabalhador tem direito ao auxílio-acidente. Esse benefício é concedido como forma de indenização e é pago mensalmente até a aposentadoria. 
  • Estabilidade provisória: Após o retorno ao trabalho, o empregado que recebeu auxílio-doença acidentário tem garantida a manutenção do seu contrato de trabalho por, no mínimo, 12 meses. Essa estabilidade visa assegurar a reintegração do trabalhador ao ambiente laboral sem o risco de demissão arbitrária. 

Responsabilidade da empresa e medidas legais

As empresas têm a obrigação legal de proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável. Quando falham nesse dever, podem ser responsabilizados civil e criminalmente: 

  • Indenização por danos morais e materiais: Se comprovada a negligência ou omissão da empresa na adoção de medidas preventivas, o trabalhador pode pleitear indenização por danos morais, decorrentes do sofrimento psicológico, e materiais, referentes a despesas médicas e perda de capacidade laborativa. 
  • Emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT): É obrigação da empresa emitir a CAT até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência do acidente ou diagnóstico da doença. A omissão na emissão da CAT pode acarretar multas e outras penalidades para a empresa. 
  • Ações regressivas: O INSS pode ingressar com ações regressivas contra empresas que, por negligência, contribuíram para a ocorrência de doenças ocupacionais, buscando o ressarcimento dos valores pagos em benefícios aos trabalhadores afetados.

É fundamental que tanto empregadores quanto empregados estejam cientes desses direitos e deveres, promovendo um ambiente de trabalho seguro e garantindo o amparo necessário em casos de doenças relacionadas ao trabalho. 

Qual o papel da gestão empresarial na prevenção das doenças ocupacionais? 

A gestão empresarial desempenha um papel crucial na prevenção das doenças ocupacionais, sendo responsável por criar um ambiente de trabalho seguro, saudável e acolhedor para os colaboradores. Empresas que adotam práticas eficientes de Saúde e Segurança no Trabalho não apenas cumprem as exigências legais, mas também promovem a qualidade de vida dos seus profissionais, resultando em maior produtividade e engajamento. 

Políticas de Saúde e Segurança no Trabalho 

Uma gestão eficiente deve implementar políticas claras e bem definidas sobre Saúde e Segurança no ambiente de trabalho. Isso inclui a criação de programas preventivos, o cumprimento das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e a promoção de campanhas internas que incentivem boas práticas laborais. É fundamental que a empresa ofereça os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários e realize treinamentos regulares sobre o uso adequado desses equipamentos. 

Monitoramento e Avaliação Contínua

A gestão empresarial deve estar atenta aos indicadores de Saúde Ocupacional, realizando auditorias periódicas e promovendo avaliações de riscos ambientais. O monitoramento contínuo permite identificar possíveis ameaças antes que se tornem problemas reais, adotando medidas preventivas e corretivas de forma proativa. 

Cultura organizacional voltada para o bem-estar 

Uma cultura organizacional saudável valoriza o bem-estar físico e mental dos colaboradores. Ações como a oferta de programas de apoio psicológico, incentivo à prática de exercícios físicos e a criação de espaços de descompressão ajudam a reduzir o estresse e prevenir transtornos mentais relacionados ao trabalho. 

O exemplo da BR MED

A BR MED é um exemplo de como a gestão empresarial pode ser protagonista na prevenção de doenças ocupacionais. Com uma abordagem focada na Saúde Corporativa, a empresa não apenas oferece serviços que garantem o cumprimento das legislações de Segurança do Trabalho, mas também busca encantar empresas e colaboradores ao proporcionar um ambiente seguro e acolhedor. A BR MED reforça a importância da saúde no ambiente de trabalho, promovendo não apenas a prevenção de doenças, mas também a qualidade de vida e o bem-estar de todos os envolvidos. 

A gestão empresarial proativa e comprometida com a Saúde Ocupacional é essencial para o sucesso das organizações, contribuindo para a redução de afastamentos, aumento da satisfação profissional e construção de um ambiente de trabalho harmonioso e produtivo.

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